“Ficção” faz catarse pessoal e transferível (Gazeta do Povo, Curitiba -PR)

Peça da Cia. Hiato abre inúmeras possibilidades de conexão com espectador ao misturar imaginação e realidade.

Foi arrebatadora a estreia de “Ficção” no Festival de Teatro de Curitiba, na noite deste sábado (6). Neste domingo (7), às 17 horas, haverá reprise no Teatro do Paiol.

Misturadas à sensação de surpresa por parte de muitos que não se prepararam para as mais de cinco horas de peça havia as lágrimas, fruto da catarse pessoal (dos atores) e transferível (para o público).

O projeto da paulistana Cia. Hiato exigia que cada integrante do elenco criasse um monólogo partindo de questões pessoais e, como é o mote do grupo, borrando as fronteiras entre realidade e ficção.

E assim, na ordem apresentada neste sábado, ouviu-se sobre a pressão de uma mãe muçulmana para que a filha dançasse; a identificação com Frida Kahlo e a dificuldade de amar; a insegurança como atriz e a relação com a irmã; um crime em família e a relação com o pai.Em todos, o início simulou uma conversa, embrenhando depois para a contação de história. Impossível, para o público, não questionar o tempo todo: isso será verdade?

O processamento da catarse seria impossível de descrever aqui e acontece de forma diferente, em momentos diferentes, para cada espectador.O que é possível garantir é que cada ator e atriz dá o sangue no palco de forma tocante, e que o projeto “Ficção” provavelmente está atingindo e superando suas intenções a cada apresentação.

Ao longo das falas, citações das peças anteriores da companha, como “Cachorro Morto” e “O Jardim” – destacada como a melhor da Mostra 2012 do festival.

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em 07/04/2013 - 14:36h

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